quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A propósito de Pelenganas

A minha família materna é natural do Baixo Alentejo. Mais propriamente de Pias, uma linda e pitoresca vila que fica entre Serpa e Moura.
Quem é que ainda não ouviu este dito:- "lá vai Serpa, lá vai Moura e as Pias ficam no meio"?.

(Foto: Emanuel Andrade)

As minhas melhores e mais queridas recordações de infância são de lá. Pertencem a férias de verão intermináveis em que que os dias também eram intermináveis, no meio daqueles campos sem fim, cheios de calor, boa comida e principalmente de boas pessoas que estarão para sempre no meu coração.


Todos os anos regresso religiosamente lá. Tenho muitas saudades de tudo, mas principalmente do cheiro.


No outro dia, no trabalho estava a dizer  que os meus filhos não sabiam o que era desmangaritar (para quem também não sabe significa desarrumar, desfazer, desmanchar, traduzido do alentejanês).
Palavra puxa palavra, perguntei se sabiam o que era uma pelengana. O que é isso, uma Pelengana?
Tentei explicar (é uma espécie de alguidar feita em barro, que depois é vidrado e decorado), contudo diziam que isso era uma saladeira. Não, não tem nada a ver. Por isso resolvi mostrar.
Estas pertenciam à minha avó e à minha bisavó:




São lindas, não são? A primeira é muito típica da zona, não há casa de família que não tenha uma pelengana destas.
Esta que mostro em baixo, já a comprei eu lá em Pias e é uma réplica moderna da primeira que mostrei.


Mas afinal, para que servem as pelenganas? Bom, na casa dos meus avós, ao Domingo, enchiam-se de uma maravilhosa açorda de alho com bacalhau, de um gaspachinho, ou de um jantarinho de grãos.
Que saudades desta comidinha... Espero que vos tenha aberto o apetite de fazerem uma visita a essa terra magnífica que é Pias.

(fotos: Patrícia Andrade)

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